terça-feira, 7 de outubro de 2008

Uma vida nova me cairia bem

Motivada por uma semana maravilhosa (e olha que estamos só na terça), resolvi que vou me isolar em um retiro espiritual no Himalaia por 3 meses e voltar renovada, decidiva a viver a minha vida com paz espiritual e livre de qualquer forma de irritação. Portanto abandonarei meu blog por tempo indeterminado, pois talvez volte de lá disposta a me despegar das coisas materiais.
Ok, agora voltando a realidade, eu preciso realmente de um fim de semana no qual eu faça absolutamente nada, rien de rien, e não me sinta culpada por não estar fazendo algo da faculdade. Porque meus fins de semana tem sido recheados de Usabilidades e Interfaces de Web, Viagem de Théo e resumos e mais resumos.
Eu começo a pensar que estou na vida errada. Eu queria não me sentir estressada, viver de uma maneira relax. Não queria ser uma roots alternativa pra frentex vivendo no meio do mato, porque acho atoice demais na vida de um ser ficar vivendo na beira do mar. Isso é sim muito agradável, por alguns dias nas férias, mas mais de 10 dias sem luz, internet, banheiro limpo, seriados de tv, geladeira, biscoisto bono e outras maravilhas que a tecnologia nos proporciona passaria a ser estressante.
Mas eu sei também que não nasci pro mundo corpotativo. Um dos motivos para a minha maravilhosa semana foi o email da globo.com me dispensando da próxima etapa seletiva deles. Mas cara, sério mesmo, como podem me avaliar numa dinâmica? Como uma flor, um instrumento musical e um carro dizem tanto assim sobre a minha pessoa? Na hora que me mandaram escolher uma flor, a minha verdadeira vontade era ter falado: Maria sem vergonha, porque dá em qualquer lugar, mas desconfio que não seria de bom tom, então falei azaléia porque é bonita e dura muito. Devia ter escolhido a flor de pessegueira tibetana (se é que existem pêssegos no Tibet) que só dá uma vez na vida da árvore e dura apenas 15 minutos o suficiente para o beija-flor das montanhas roxo disléxico hermafrodita sentir seu odor, encontrá-la e polinizá-la para que se tiver sorte encontre outra pessegueira tibetana florida para então acontecer a polinização, demonstraria que eu sou uma pessoa rara e única né? Mas não, eu tô mais para maria sem vergonha mesmo, bme comum, très ordinaire. Eu gosto disso, gosto de ser comum, não vejo muito glamour em vidas fabulosas. Penso que o fabuloso está no ordinário se tivermos olhos para encontrá-lo.
Sei também que estudar de manhã, estagiar a tarde longe de casa, muito longe de casa, fazer curso e fisioterapia a noite e ficar em casa somente o tempo de dormir não é para mim.
O fato é que eu acho que estou na vida errada. Um pouco mais de paz, dinheiro e tempo não me fariam nem um pouco mal.