sexta-feira, 5 de setembro de 2008

22 anos num corpinho de 49

Depois de uma chopada onde não bebi e passei a maior parte do tempo sentadinha , jogando conversa fora, percebi que tô ficando velha. Afinal quem fala "jogando conversa fora" que não seja minha mãe?
Tudo começou com o fato de que eu fui de carro para uma chopada. E ai, uma coisa que experimentei ontem é que as pessoas não aceitam que você não beba e principalmente se você não o faça porque não está com vontade. Tudo bem, o meu era falta de vontade juntada com uma "promessa" que fiz de que vou ficar um mês sem beber para provar a mim mesma que sou capaz. Tudo bem que tinha escolhido o mês de setembro porque ele é livre de festividades familiares e o feriado cai no fim de semana. Mas passar pela chopada foi uma prova de fogo, e ainda mais porque realmente não quis em hora alguma por uma gota do suco de cevada para dentro do meu juízo. Eu sei que eu já fui uma pessoa que impliquei com quem não bebe, já fiz de tudo para convencer quem não bebe a beber, mas (não) juro que me arrependo. Só é chato alguém insistindo para mim, porque eu sei que a pessoa não vai me convencer a fazer algo que eu não quero, sou muito teimosa. Vou continuar implicando, se você é forte mesmo não será convencido pelos meus mais ardilosos argumentos a ficar bêbado e experimentar as maravilhas de ver o mundo girando.
Pensar que eu estou ficando velha veio do fato de que eu me diverti nessa chopada sóbria tanto quanto me diverti nas outras chopadas bêbada. O fato de a chopada da ECO ser um universo paralelo contribui muito para isso. Coisas inimagináveis acontecem nela tipo eu arrumar um namorado, fazer amizade com as pessoas mais odiosas da faculdade, tacar a minha testa na areia de propósito e por ai vai. (Notem que a chopada é um universo paralelo e que gira em torno da minha pessoa. Fato já discutido recentemente com um amigo, quando o convenci de que não só o mundo, mas o universo gira em torno do meu umbigo saliente).
Ficar sentada também, conversando e me privando de dançar créu, dança do quadrado e outras também foi algo que me divertiu muito. Não pelo fato de eu ser pseuda e odias funks, até porque NÃO, eu não sou e nem quero ser intelectual. Adoro cultura de massa. Mas foi legal, porque eu tenho amigos gentis e camaradas que compreendem o fato de eu ter hérnia de disco com 22 anos e me fizeram companhia num dia em que meu nervo ciático estava me matando de dor. Sério, se alguém ainda duvidava da minha velhice, essa frase comprova tu-do.
Eu também descobri um talento meu (mais uma para listinha, uhuuuul). Sou completamente capaz de cuidade de bêbados. Mas aqueles até um certo limite, se tiver vomitando eu tenho nojo. Amigos, amigos, cheiros de vômitos a parte. Agora se for aquele bêbado malinha, eu tenho uma paciência de Jó. Eu digo paciência porque quero omitir o fato que me divirto zoando bêbado. Sério, experimentem estar num ambiente de bêbados e ser a única sóbria. Todo mundo parece bem otário diante da sua inteligência mór do universo. Isso é bem divertido, porque só assim experimento a sensação de ser a mais inteligente da situação e isso inclui brincar com minha sobrinha de 8 anos.
Depois de tudo isso, ainda voltei para casa mais cedo, fiz uma comida gostosa para comer, tomei banho e ainda arrumei meu quarto.
É, eu tô mesmo ficando velha, mas o pior de tudo é que eu tô gostando disso.

3 comentários:

Erick Macau disse...

rsrsrs só cuidado pra não virar uma velha coroca.
Esse foi o post em que eu notei uma dose maior de sentimentalismo de sua parte, e se você conseguir ficar um mês sem beber, poderá ficar o resto da vida
sem bebida (até rimou, viu?).
abraços libertários

ps: melhoras ai pra sua hérnia

Maria Luiza disse...

Welcome to my world.
Sempre sou eu a que cuida dos bebados.

Dessa vez cansei. E fiz da jaca minha patufa, diria o filósofo.

estela rosa disse...

seja bem vinda a maturidade.