Eu tenho uma veia piegas, uma veia não, uma artéria, uma aorta piegas. Olha eu mais uma vez exagerando, mas eu só prometi não mentir mais, deixar de exagerar seria como deixar de comer chocolate: impossível.
Mas não basta eu ser piegas, assim, não sou piegas porque pratico a pieguice, sou porque me emociono com coisas ditas piegas. As paraolimpíadas me mostraram isso, me emocionei com todas as provas que algum brasileiro ganhou, ainda mais quando via as reportagens editadas com músicas tocantes que valorizavam a conquista deles. Tipo, fiquei arrepiada e tudo, só não chorei porque tava com a minha mãe no quarto e eu tenho uma imagem de durona a zelar. Eu realmente me emociono com pessoas superando dificuldades e penso isso realmente me faz pensar que um mundo melhor é possível e que as pessoas são capazes. Se a gente for fazer uma biografia de cada um desses atletas, provavelmente vamos nos deparar com uma vida cheia de dificuldades, tragédia atrás de tragédia e mesmo assim eles chegaram lá. O que me faz parar para pensar que uma vida privada de oportunidades não é desculpa para muita coisa. Sei que falo isso da posição de quem sempre teve tudo na vida, mas na boa tá cheio de exemplo de gente sem oportunidade na vida ai que sai para ganhar a vida honestamente ou até mesmo ser um atleta paraolímpico medalhista de ouro no Brasil.
Não tô aqui para defender o esporte ou música como única forma de ascenção social de pobres. Mas só para falar que dificuldades a maioria de nós enfrenta e por mais cruéis que elas sejam as vezes, somos capazes de superar.
Também não estou defendendo que as coisas continuem como estão desfavorecendo sempre a mesma massa já bem surrada. Acho que muita coisa tem que mudar. Só acho que isso não pode ser desculpa para sermos as vítimas de tudo e com isso decontarmos nossa raiva no mundo. Porque se um cara como o Tenório que ficou cego de um olho num acidente e anos depois perdeu a outra visão por uma doença conseguiu não ter raiva do mundo e levar a vida a diante e ser bem sucedido no que faz, quem sou eu para reclamar que o mundo foi injusto comigo? Quem é?
Agora voltando a questão inicial do post. A minha emoção exacerbada, eu sempre soube que era manteiga derretida, adimitia isso, mas sempre num tom jocoso, hoje adimito isso com um certo orgulho de quem está atingindo a maturidade. Mas não posso negar o tom cômico da minha manteigaderretice. Eu me emociono com as coisas piegas, ok! Até ai tudo normal. Choro vendo filmes da disney, mesmo os que já vi a anos, tipo, ainda choro com a morte do Mufasa. Ok, muita gente ainda deve sentir pena so Simba falando: "Vamos para casa, papai". Choro vendo seriados, já chorei em comédias, tipo no último capítulo de Friends. Mais que ok, um batalhão de gente fez isso. Mas quem em SÃ CONSCIÊNCIA chora assistindo Fresh Prince of Bel-air? Sério, passei dos limites ontem, chorei vendo isso... e não foi de rir. Minha posição de durona está cada vez mais ameaçada, mentira tá nada, hoje volto a tomar a pílula e tudo volta ao normal. Ai, posso até assistir "Dançando no escuro" 10 vezes sem derramar uma lágrima.
Pronto, menti de novo.
Um comentário:
"tente outra vez"
abraços libertários
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